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RESUMO

 

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PRÁTICAS DE LINGUAGEM E CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES INSTITUCIONAIS EM AULAS DE ALEMÃO VOLTADAS PARA EXAME DE PROFICIÊNCIA EM UMA COMUNIDADE DE SUÁBIOS NO BRASIL

 

Adriana Dalla Vecchia

adrianarevisao@gmail.com

 

Este estudo é uma Etnografia da Linguagem (GARCEZ, SCHULZ, 2015) que teve como foco duas turmas de Língua Alemã, um 1.º e um 3.º anos do Ensino Médio, no período anterior ao exame de proficiência em língua alemã como língua adicional em um colégio privado situado em “uma colônia alemã” no interior do Paraná. O objetivo do estudo consistiu em investigar as práticas de linguagem e a construção de identidades institucionais dos participantes da pesquisa em aulas de Língua Alemã em um contexto multilíngue (suábio, português e Hochdeutsch). Desse modo, descrevo como os interagentes constroem suas participações no fazer aula de Língua Alemã no 1.º e 3.º anos, reconhecendo os recursos linguísticos mobilizados por eles para o trabalho de participar e as ações realizadas visando à prova de proficiência em Língua Alemã, bem como a forma como os recursos mobilizados indexicalizam identidades institucionais constituídas localmente nos grupos participantes da pesquisa. A perspectiva epistemológica deste trabalho é a da Análise da Conversa Etnometodológica, realizando uma articulação entre a compreensão da sequencialidade da fala-em-interação no contexto multilíngue em questão e o uso do repertório linguístico feito pelos participantes da pesquisa, considerando que este organiza as ações para que os objetivos das tarefas sejam alcançados em sala de aula. Nesse caso, lanço mão de estudos sobre alternância de códigos (AUER, 1995, 1998; MONDADA, 2007) e translinguagem (GARCIA, 2014; CANAGARAJAH, 2013), procurando reconhecer práticas de linguagem e a sua influência na construção da participação e de entendimentos, bem como na legitimação de identidades localmente constituídas (JUNG, 2003; MONDADA, 2007). Como resultados, este estudo mostra que, na fala-em-interação, o uso do repertório leva os participantes a alcançarem o entendimento da temática emergente e contingente da fala-em-interação para todos os efeitos práticos daquela interação. Além de alcançarem o entendimento da temática, os alunos avançam em direção à proficiência esperada para que tenham um bom desempenho no exame de proficiência em língua alemã ao qual se submeterão. As identidades institucionais estão indexicalizadas pelo uso do repertório linguístico dos participantes e carregadas de valores, saberes e significados locais e translocais. Nesse sentido, o repertório de professores e alunos são mobilizados de formas distintas, afirmando estes como os que fazem um uso mais amplo de seu repertório e aqueles como os que utilizam os recursos linguísticos legitimados, as línguas da escola. Falar Hochdeutsch é, nesse contexto, sinônimo de bom aluno e se relaciona com construção de identidade hegemônica translocal que sinaliza para o falante nativo de alemão e que indica mobilidade.

 

Palavras-chave: contexto multilíngue; práticas de linguagem; participação; proficiência; identidade institucionais.

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