DEFESAS
RESUMO

 

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SUBJETIVAÇÃO NO DISCURSO DO IDOSO EM CONTEXTO DE ESTUDOS NA UNATI-UEM

 

Adélli Bortolon Bazza

adellibazza@hotmail.com

Nesta pesquisa, propôs-se analisar a subjetivação do idoso em contexto de ensino na Universidade Aberta à Terceira Idade (UNATI) da Universidade Estadual de Maringá (UEM). O chamado envelhecimento da população, além de trazer mudanças nas relações da sociedade com a velhice, trouxe o idoso para o centro de uma produção discursiva, o que desencadeou uma reconstrução das identidades de idoso oferecidas e assumidas pela sociedade. Tamanha reconfiguração de papeis justifica social e academicamente uma discussão sobre tal temática. Enquanto alguns trabalhos abordam o discurso sobre o idoso, propõe-se analisar as práticas que compõem um discurso do idoso sobre si. Embasada em uma perspectiva discursiva, calcada no pensamento de Michel Foucault, objetivou-se descrever o processo de subjetivação do estudante da UNATI-UEM, a partir da oposição sujeição-subjetivação, materializada nos elementos da cultura grega do cuidado de si. Esses objetivos desdobraram questionamentos sobre como essas práticas - os cuidados com o corpo, as atividades de estudo e meditativas, o aconselhamento, a intensificação das relações sociais, as provações, a memorização, a conversão a si – e como os dispositivos da aliança e da sexualidade constituem a subjetividade do idoso atual. A série enunciativa analisada foi composta de dez entrevistas semiestruturadas feitas com estudantes da UNATI-UEM e de doze relatos produzidos por eles. A descrição da série mobilizou, da teoria foucaultiana, conceitos como: discurso, memória, enunciado, dispositivo, sujeição, subjetivação, cuidado de si. A análise apontou que os sujeitos pesquisados estabelecem resistência ao ideal de novo idoso, na medida em que adotam algumas das práticas que compõem essa subjetividade enquanto rejeitam outras. Essa resistência não se manifesta necessariamente pela presença das práticas de cuidado de si, tendo em vista que algumas delas como: ter atividades de estudos, ter cuidados constantes com o corpo, aumentar as relações sociais e voltar-se a si vão ao encontro do ideal de novo idoso. Constatou-se que os sujeitos usam as técnicas do cuidado de si, mas elas são ressignificadas no discurso do presente pela apropriação que novos dispositivos - como a mídia, a UNATI e a clínica - fazem delas. A resistência se marca nos momentos em que os idosos ocupam uma posição-sujeito em dispositivos tradicionais como a igreja, a família e a maternidade.

PALAVRAS-CHAVE: Discurso; Idoso; Subjetivação.