DEFESAS
RESUMO

 

 

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IDENTIDADE(S) DO SUJEITO MASCULINO NO PROGRAMA

HUMORÍSTICO SEXO FRÁGIL

 

Adélli Bortolon Bazza

adellibazza@hotmail.com

 

Alguns temas tem sido recorrentes nas discussões atuais. Entre eles, a insistência da mídia no surgimento do chamado “novo homem”, grosso modo, um sujeito desligado dos padrões tradicionais machistas e identificado ao discurso da igualdade. O discurso sobre esse novo homem incide diretamente sobre aspectos da identidade do masculino promovendo sua (des)construção. Essa questão tem sido abordada em diversos textos, entre eles no programa Sexo Frágil. Esse, tem como tema a questão das relações entre os gêneros e discute isso pela via do humor, ridicularizando o masculino. Devido às peculiaridades desse programa, foi tomada como objeto de análise a produção discursiva da identidade do masculino nele materializada. Pretendeu-se, portanto, analisar quais identidades de masculino são construídas nesse discurso. Essa análise ocorre a partir de uma perspectiva discursiva, aliando conhecimentos de diversos campos teóricos como Humor, Gênero e Análise do Discurso. Da teoria sobre humor são mobilizados conceitos como: riso, paródia e ridicularização; dos estudos sobre Gênero: identidade, masculinidade; e dos conceitos da Análise do Discurso: identidade, formação discursiva (FD), heterogeneidade, interincompreensão polêmica, entre outros. Apesar de o discurso sobre as identidades de masculino constituir-se em todas as cenas do programa, foram recortadas as cenas mais representativas das relações do masculino consigo mesmo e com o feminino como corpus a ser analisado. Na análise das cenas, foram definidas a FD machista e a FD igualitária como aquelas que polemizam dentro do espaço discursivo das relações entre os gêneros. Dentro desse espaço, e no confronto dos discursos próprios a essas FDs, buscou-se mostrar em que posição se encontrava o sujeito masculino no programa. A sistematização das cenas mostrou que esses sujeitos se identificam ao discurso próprio da FD machista, concebendo uma prioridade do masculino em diversos campos, mas são obrigados a lidar com seu discurso Outro, que é o da igualdade. Esses sujeitos criam dele um simulacro, pois, devido às restrições semânticas da FD a que estão submetidos, traduzem a igualdade como uma superioridade feminina. A seqüência narrativa cria situações em que o discurso machista, assumido como mesmo por esses sujeitos se mostra inadequado. O discurso do programa produz humor por abordar estereótipos, por apresentar os sujeitos assumindo posicionamentos machistas (normalmente criticados na atual sociedade) e por representar um sujeito ainda perdido, em busca de identidade.

 

Palavras-chave: identidade; masculino; humor; discurso.